domingo, dezembro 18, 2005

The Magic Numbers

Ouvi-los e vê-los é ficar confuso. Começando pelo single Love's just a game, onde o tema repetido e rebatido do amor se mistura com letras fáceis e com uma Pop muito muito pura. E ao ouvir a pureza do vocalista Romeo (que outro nome poderia ter?), tentando imaginá-lo, surgem apenas imagens de um adolescente bem parecido, fruto de um casting Pop, para um mercado Pop, onde a imagem que vendia era correspondente às vendas do seu album de estreia.
É aqui que tudo começa a cheirar a esturro. Romeo é feio, gordo (como aliás, todo o resto da banda, em especial a irmã...), e usa uma barba muito pouco fashionable, mais condizente com um dissidente indie dos velhos tempos de Woodstock. E deste aspecto retro, muito 60´s que parece aparecer esta tendência generalizada das letras deste cd debut dos londrinos Magic Numbers. Tudo muito inlove, tudo demasiado primaveril, a descair para o kitsch.
Mas não a despropósito do seu look alternativo, os Magic Numbers não são só o seu lado marcadamente Pop, como se virá a descobrir ao longo do cd homónimo, em musicas como Forever Lost, Hymn For Her ou Love me Like You. Se bem que sempre sobre um cunho muito estricto da pureza e transparência, e colada à sua vertente muito a descair para um MTV Unplugged, os Magic Numbers conseguem nos seu album de estreia procurar caminhos e sons que não destoam no melhor que o ano que agora passa nos trouxe. Assim, não será de estranhar que, no meio daquele oceano muito claro que é a sua Pop, se vislumbrem passagens efémeras de sons que recordem o sentimento de uns Arcade Fire ou o Pop-Rock Dançável de uns Franz Ferdinand.
Não obstante, e sem cair nos extremismos Pop de um ano onde ressuscitam os seus deuses (Confessions on a dancefloor e Intensive Care), The Magic Numbers não deixam de ser isso mesmo. Pop.

"Love's juste a lie. Happens all the time." Também a musica, Romeo.