domingo, novembro 26, 2006

Lights and Sounds - Yellowcard

"I could tell you the wildest of tales

My friend the giant and travelling sales

Tell you all the times that I failed

Years all behind me and stories exhaled"

Uma das bandas mais vendidas nos E.U.A., os californianos Yellowcard invadem agora as lojas com o seu mais recente trabalho: Lights and Sounds. Apesar de terem mostrado uma imagem mais punk, mesmo emo, mais feroz e musicalmente mais fraca, este álbum é uma verdadeira surpresa. Ainda remonta um pouco ao período de punk-pop corriqueiro em algumas faixas, apesar de noutras convencer quem atirou fora Ocean Avenue. Cheio de contrastes, o essencial está cá: os Yellowcard que vendem à geração punk, com melodias fáceis, mornas e insonsas; e também estão presentes uns Yellowcard novos, assegurando este álbum como um disco a registar no âmbito do rock americano normativo.

E é, ainda assim, sobre esta faceta dos Yellowcard que este álbum se centra maioritariamente. A faixa de abertura é instrumental, com cordas e um piano, muito ténue, delicada e longe da imagem que transparece noutros trabalhos. Depois, colada aos últimos acordes deste prólogo surge a faixa Lights and Sounds, repleta de uma indefinição estética, mas com uma melodia interessante. O mesmo se pode dizer da música seguinte, Down on My Head, que conta com algumas ideias interessantes, apesar de ter uma letra idiota que não faz sentido quando conjugada com a intensidade harmónica do refrão.

O trunfo deste CD só ocorre em City of Devils, faixa comparada à afirmação não-punk dos Goo Goo Dolls, a conhecida Iris. Em City of Devils, escutamos vozes corais bem conseguidas, uma orquestra de cordas, alguma guitarra acústica (muito segura e com acordes bem definidos) que se conjugam num refrão líquido e muito intenso. Dentro do mesmo estilo, os Yellowcard tocam Two Weeks from Twenty, uma faixa com imenso potencial, com uma letra curiosa e irónica. Distinguimos outro estilo mais perto do jazz (por incrível que pareça, o baixo roça Ben Fold Five), mais perto de vozes mais agudas e de sons mais leves.

Ainda dentro do estilo que esta banda nos tem habituado, destaca-se Martin Sheen or JFK, Hollywood Died (com um epílogo também ele instrumental que retoma o prólogo Three Flights Up) e Waiting Game, apesar de se notarem, porém, algumas diferenças na complexidão da estrutura harmónica e rítmica: fogem aos três acordes modulados do punk e ao ritmo veloz, seco e oco. Portanto, muita bateria, algum piano, o violino de Sean Mackin e a voz não-distorcida e não-gritante de Ryan Key. Talvez não seja sinónimo de uma evolução musical profunda. No entanto, serve para que os Yellowcard se demarquem de uma geração intelectual e musicalmente estéril.

Como última referência, fica a faixa 13. How I Go, um dueto do vocalista com Natalie Maines (das Dixie Chicks). É incrível como a voz de ambos se cruza de um modo tão idiossincrático, tão assustadoramente irreal. Esta faixa descura apenas em alguns pontos da letra, porque, de resto, é de uma rara qualidade.

Em suma, temos nas mãos um CD que é um grito de "desafirmação" e simultaneamente um compasso de espera para um projecto futuro, longe do punk auto-destrutivo e dos conceitos já usados pela enésima vez. Queremos algo de novo. Talvez para o próximo álbum, quem sabe. Para já, thumbs up para os Yellowcard pela mudança.


"You keep the air in my lungs

Floating along as the melody comes

And my heart beats like timpani drums

Keeping the time while a symphony strums"



Título: Lights and Sounds

Artista/Compositor: Yellowcard

Ano: 2oo6

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

YÉAH, YELLOWCARD RULEIA! SOH Q A MUSIK LIGHTS AND SOUNDS NAO TA COM QUALIDADE BOA...

6:45 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

espera ai yellowcard naun e´ emo e´ punk rock vcs estao doido e´

8:48 da tarde  

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