sábado, novembro 18, 2006

PLANS - death cab for cutie


"Squeaky swing and tall grass

The longest shadows ever cast

The water's warm and children swim

And we frolicked about in our summer skin"

Este é o mais recente trabalho dos Death Cab for Cutie e, apesar de ser quase impossível comparar os seus diferentes álbuns, Plans é, sem dúvida, um colosso na carreira da banda de Seattle. Apresentam-se aqui ainda mais maduros do que em Transatlanticism (2003) e com letras mais confessionais e abertas do que em The Photo Album (2001).

Assim, temos um CD repleto de diferenças, cheio de contrastes para não cair no aborrecimento, tão odiado pelos Death Cab, de se ter nas mãos um CD em que todas as faixas se assemelham. E este CD tem a particularidade de ter como primeira faixa Marching Bands of Manhattan, que começa de uma forma onírica, com os dedos de Chris Walla sobre teclas, numa sucessão de acordes lenta e inspiradora, para se iniciar de logo de seguida um ritmo mais acelerado, já com piano e já com a voz de Benjamin Gibbard.

Sem desmistificar a qualidade soberba da música, há qualquer coisa nas letras escritas por Gibbard, qualquer coisa que torna tudo muito mais visível, qualquer coisa que ele condensa de uma forma tão perfeita que se torna arrepiante escutá-las. Ouve-se, ainda nesta faixa, Sorrow drips into your heart through a pinhole, just like a faucet that leaks and there is comfort in the sound.

Apesar de a primeira faixa ser uma óptima música de abertura, destacam-se neste álbum músicas lentas, com linhas melódicas simples, com letras poderosas, quase todas orientadas pelo piano de Walla, pela guitarra de Gibbard e por uma percussão fora do convencional. Não terão, de todo, deixado de ser uma banda indie¸ felizmente, mas apresentam um estilo musical mais convincente, mais puro e muito mais humano. Como exemplos, temos a melancólica Summer Skin e a nostálgica Brothers on a Hotel Bed, estas norteadas por um piano fantástico, e Stable Song e I will follow You into the Dark, com lugar para a guitarra acústica tocada quase num estilo folk, pleno de sentimento, num contraste fantasmagórico com as letras.

Como já nos vêm habituando, existem ainda algumas músicas semelhantes ao single de TransatlanticismSound of Settling; e à música Company Calls de The Photo Album. Estão presentes em Plans Soul meets Body e Crooked Teeth, duas músicas com um andamento ligeiramente superior ao estilo já enraizado na imagem que temos dos Death Cab, contando também com uma guitarra eléctrica moderada, segura e bem definida na partitura. Não obstante, conseguimos ainda surpreendermo-nos com o conjugar de melodias simples com ritmos complexos, assim como também nos deixamos envolver nas poderosíssimas letras.

O mesmo acontece quando a banda conjuga sons mais electrónicos - algo que se pode ouvir em vários álbuns desta banda - com instrumentos à partida menos abertos. Como exemplo, temos Different Names for the Same Thing, uma música variada sobre o seu tema, com apenas duas quadras como letra, que se inventa e se re-inventa a partir de sinopses harmónicas e misturas de piano/percussão com, a já referida, parte mais elctrónica.

Lugar de destaque para What Sarah Said, provavelmente a melhor música dos Death Cab e, inegavelmente, a melhor faixa deste CD, uma vez que preenche todos os requisitos que enchem os ouvidos de quem a escuta. Lugar para o piano que envolve palavras fortes cantadas numa melodia quase em perpetuum mobile, sem nunca ser redundante, sem nunca deixar de contar uma história, sem nunca deixar de sensibilizar. Lugar para uma alternância de ritmos, de percussão, de fraseado melódico, de sucessões de acordes perfeitamente enquadrados com o sentido das palavras cantadas.

Death Cab for Cutie reúnem neste álbum o que de melhor têm: a qualidade suprema das suas letras e uma música que ainda consegue ser diferente. Sem dúvida, este é um álbum que não deixa ninguém indiferente e é um álbum imprescindível. Assim, pode dizer-se porque é que os Death Cab for Cutie são uma banda incontornável, verdadeiros artistas e uma verdadeira esperança para quem, como eu, já comprava o fato preto para levar ao funeral da Música.

«But I'm thinking of what Sarah said:

That "love is watching someone die."

So who's gonna wacth you die?»


Título: PLANS

Artista/Compositor: death cab for cutie

Ano: 2oo5

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

meu cd preferido ^^

12:24 da manhã  

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