domingo, fevereiro 04, 2007

Not too late

A coisa até parecia prometer. Depois do sucesso de Come away with me e Feels like home, ambos álbuns agradaváveis, a recente estrela Norah Jones pedia uns meses de folga da multidão e das tours, fechando-se no seu estúdio caseiro com o seu parceiro musical Lee Alexander. Adiantado, sabia-se ainda que seria um álbum mais intimista, no sentido em que seria a estreia de Jones como compositora. Se juntarmos a isto os vários Grammys, so far so good.

Norah Jones sempre foi uma estrela dividida entre o Jazz e a Pop. No seu mais recente trabalho, Not too late, faltam-lhe ambos. A voz jazz está lá mas não tem onde se agarrar, faltando-lhe momentos mais emotivos com que já nos surpreendera nos dois trabalhos anteriores. Para Pop falta-lhe Pop. O que se pedia a Norah Jones neste ponto da sua carreira era uma de duas coisas: a evolução para algo mais que uma estrela talentosa mas algo perdida; ou mais um álbum onde um bom momento Jazz ou Pop nos prendesse, como acontecia com “Sunrise”, “Don’t Know Why” ou “Come away with me”.

Olhando com atenção para Not too late, Norah Jones falha ambos. A sua transição para compositora, entre os momentos intimistas e a manifestação politica não chega a convencer enquanto que nenhuma música realmente empolga ou emociona. Fica um álbum exageradamente morno. Não pensemos que Not too late é um mau trabalho, porque o não é, mas sabe manifestamente a pouco. Espera-se mais de Norah Jones do que um mero cd em formato banda sonora de longa viagem em autoestrada.

Ainda assim, algumas músicas deixam alguma esperança em relação a esta nova versão de Norah Jones. “Wish I Could” é single radiofónico descarado e óbvio, mas ainda assim mostra um pouco da força dos álbuns anteriores. “Sinkin’ Soon” é homenagem (demasiado) notória a Tom Waits, “My dear country” é posicionamento politico em tom de bar de hotel e “Be my somebody” foge à monotonia generalizada. Tudo o resto são baladas com tiques Jazz demasiado lânguidas e mortiças. Mantenha-se a esperança na filha de Ravi Shankar.

Título: Not too late
Autor: Norah Jones

Nota: 5/10

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Oi meu nome é Luiz Paulo tenho 20 anos, por acaso eu vi a critíca que você fez ao último albúm de Norah Jones. Bem eu entendo de jazz de Ray Charles a Billie Holiday, e simplismente quero dizer que esse albúm é uma evolução, as canções emocionam e surpreendem com canções inteligentes e metáforas instigantes. Acho melhor você dar uma ouvida melhor nesse cd porque do jeito que você falou parece que você não entende de metáfora inglesa e muito menos brasileira.



Luiz (Joinville/Sc)

8:55 da tarde  
Anonymous Felipe said...

Não concordo com essa crítica.
Esse álbum é fantástico!!! Todas as canções foram muito bem trabalhadas. Um álbum emocionante, para quem gosta de boa música.

10:02 da tarde  

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