domingo, março 19, 2006

A minha referência #3 - Herman José


Continuando a oportuna rúbrica criada por Ensaio, aproveito este espaço para prestar a minha homenagem àquele que, justamente, é tido como o maior humorista português. Para, à priori, expôr a influência do luso-alemão na cultura portuguesa, escrevo este post ao mesmo tempo que decorre o seu programa, hoje em jeito de festa de aniversário. Nele, em sua homenagem, desfilam algumas das maiores personalidades (não confundir com o conceito de personalidade que se usa em certos pasquins. Aqui, é usado como "pessoa que se destaca") do meio português, como Rui Veloso, José Hermano Saraiva ou Carlos do Carmo, perante uma plateia de notáveis nomes da cultura nacional.
Tudo começa em 1975 quando, ao lado de Nicolau Breyner, protagoniza "O Sr. Feliz e o Sr. Contente". Segue-se "O Tal Canal", "Hermanias", "Humor de Perdição" e "Parabéns". De programa em programa, desfila novidades no humor em Portugal, em laivos de originalidade que não se viam desde Raul Solnado. Até que chega o ano de 1997.
Em 1997, cria aquele que será o melhor programa de sempre em termos de humor televisivo. Precursor de programas como "Gato Fedorento", "Herman Enciclopédia" é uma sequência de sketches televisivos onde vai misturando humor corrosivo, por vezes non-sense, numa mistura de sucesso entre a realidade portuguesa e um humor que vai buscar o que de melhor podemos reunir: Britcom e Monty Python.
Cria uma equipa de criação de textos e de actores que o acompanham, introduz o Talk-Show em Portugal e é ainda pioneiro no Stand-Up Comedy. Cria diversas personagens que se mitificam e anedotificam no panorama quotidiano português, pelo meio inventa dezenas de músicas sonantes que se tornam património comum, como por exemplo "Vamos lá cambada". Da época de revolucionário do humor à da manutenção do seu microcosmos, vai um pulo. Contudo, mais desventura menos aventura, fica aqui a homenagem ao, até ver, maior humorista português.
Herman José pode ser visto na SIC, na RTP Memória e no Café Café.