segunda-feira, maio 29, 2006

Divulgação: Galileu no Teatro Aberto

O Teatro Aberto, em Lisboa, estreia uma adaptação da peça do dramaturgo alemão Bertolt Brecht, escrita entre 1938 e 1956, sobre situações paradigmáticas da vida de Galileu que problematizam questões actuais. Para ver a partir de 11 de Maio. As experiências de Galileu colocam em causa as noções fundamentais da ciência e a visão do mundo e da situação do homem no planeta Terra.

Data(s): De 11-05-2006 a 31-12-2010
Horários: Domingo às 16h00 Quarta a Sábado às 21h30
Local: Lisboa, Teatro Aberto - Pç. Espanha
Telefone: 213880089
Preço: 15€ (12€ com descontos)
Observações: Na Sala Azul.

quinta-feira, maio 25, 2006

76ª Feira do Livro


E também de 24 de Maio a 11 de Junho, no Pavilhão Rosa Mota, no Porto. Ler é poder.

terça-feira, maio 23, 2006

Prateleira #5 - OK Computer


O melhor que a MTV, enquanto modelo, nos trouxe facilmente se percebe. O fácil e rápido acesso a todo um novo mundo de novas bandas, novos singles, novos sons. O pior também. O imediatismo e a procura desenfreada do next big thing, o single deste verão que para o ano está esquecido. Quando Pablo Honey surgiu, os Radiohead pareciam apenas mais um (o)caso.
Fundados em 1982, então sobre o nome de On A Friday, somente em 1993 viria o primeiro álbum. Agarrados a um single, que só à segunda pegava, "Creep", os Radiohead mostravam-se ao mundo, que não parecia fazer grande gala em recebê-los. Dois anos depois The Bends, um bom disco, mas, de novo, sem especial interesse. E, dois anos depois, numa previsibilidade que começava a roçar o irritante, quando todos esperavam mais um álbum Pop-Rock de guitarras esganiçadas e refrão certinho, a banda de Thom Yorke edita OK Computer.
Sob o signo de Nigel Godrich, o produtor que já trabalhara com a banda nos singles "Black Star" e "Lucky" (que viria a ser inserido no disco), os Radiohead conseguem em OK Computer não só o seu melhor trabalho até à data, como o melhor cd da década de 90, considerado por muitos um dos melhores cds de sempre. Em Ok Computer há uma raiva gritada ironicamente com a frieza que os materiais opressores utilizam. Há uma ostensiva melancolia misturada com agressividade. Deus desceu à terra e não gostou do que viu.
Num mundo oprimido pela máquina, num quotidiano onde a rotina e a repetição imperam, Yorke soube derrotar o sistema por dentro, soube aproveitar a frieza dos sons computadorizados, numa mistura entre electrónica e Rock Progressivo, para criar um dos mais belos cds de sempre. Ok Computer são os Pink Floyd, os U2, os Beatles, os Air e os Radiohead de Pablo Honey remixados pela motherboard dos nosso computador caseiro.
Começa com "Airbag" (Aviso para nos protegermos do que aí vem?), música onde se começa a notar o trabalho de Godrich, a bateria de Phil Selway degladia Greenwood num prenúncio asfixiante. De seguida, por razões divinas, aparece a terceira faixa, "Subterranean Homesic Alien", onde os Air e os Divine Comedy de Regeneration se fundem. "Exit Music (For a film)" é um exercício Morriconeano de força, a prova de que a faixa #2, a tal que por divina intervenção saltámos, não foi um erro. Em "Let Down", o mais próximo que conseguiremos encontrar de Pablo Honey, fala-se de pessoas desapontadas com aquele som inconfundível que só este cd conseguiu criar. A asfixia não mata.
"Karma Police", ponto mais alto no que à busca de singles diz respeito, traz uma melodia suave onde a voz insegura de Yorke pauta a mudança entre um refrão bem comportadinho e eficaz e o mar emotivo que o resto da música cria. Paradigma deste álbum conceptual, "Fitter Happier" não é música, é manifesto de intenções. Segue-se o exemplo mais britânico da banda de Oxford, "Electioneering", onde os Blur e os Oasis fazem um dueto numa ode aos Beatles. Há memória neste computador.
Segue-se a nona faixa, "Climbing up the Walls", ambientador intimista e melancólico, de onde os Blur ainda não foram embora, mas para onde convidaram os seus amigos Smahing Pumpkins. Imagine-se a frescura dos Blur, sugada pelos climas de Adore. E depois, "No Surpises". Que sem surpresas se apresenta como uma das melhores músicas, das mais belas. Para quem estiver dentro do Universo Potteriano, imagine um Dementor em forma de melodia. Para quem não estiver, simplesmente tente sentir que, de repente, ficou sem alma. Futura banda sonora do filme A Residência Espanhola, Yorke pede-nos, no seu cantar lamuriante, "No alarms and no surprises".
E é, de facto, sem alarmes nem surpresas que o cd prossegue. Porque se segue "Lucky", previamente inserida na coletânea HELP para os refugiados da Bósnia. Por último, anunciando que a passagem por este universo matrixiano tem um término, "Tourist" mostra-nos um Yorke a fazer lembrar o Chris Martin de "Spies", numa languidez insuportavelmente bela. Falta falar de Deus.
De tempos a tempos, são precisos milagres. Em 1979, sobre o cognome de Queen, Deus editou Bohemian Rapsody. Em 1997, encarnou Thom Yorke e veio cantar a luxúria musical. "Ambition makes you look really ugly", diz-nos ele em Paranoid Android. Mistura eclética e conceptual de Rock-Progressivo, do melhor Rock-Progressivo Britânico, com o melhor Pop-Rock. Pelo meio, paraíso musical em tons gregorianos, com pitadas de vozes computadorizadas. "God loves his children" são as últimas palavras deste cristo que se crucificará ao longo do trabalho. O homem nunca esteve tão perto de Deus.
Em "Karma Police", Yorke diz-nos "For a minute there, I lost myself". Graças a Deus. Foi precisamente nesse instante que Ok Computer foi feito.
Título: OK Computer
Autor: Radiohead
Nota: 10/10

quinta-feira, maio 18, 2006

O Código Da Vinci


Prestes a estrear um dos filmes mais mediáticos dos últimos tempos, como o comprovam os gastos de produção e nomes como Ron Howard, Tom Hanks, Audrey Tatou ou Jean Reno, seria talvez oportuno rever o livro que lhe deu origem, esse sim, sem qualquer contestação, o livro mais mediático da última década.
Regra geral, há que desconfiar da arte megalomanamente divulgada, do facilmente mediático e vendido em massa. Pelo geral espirito acrítico de tais obras. E isto não apenas no campo da literatura, mas mesmo em música, em cinema, em qualquer ramo. Correriamos o risco, se não o fizessemos, se não permanentemente desconfiássemos, de sermos levados, de simplesmente seguir o carreiro, o rumo que os outros tomam. O mega êxito de Dan Brown é um caso muito peculiar desta leitura light, desavergonhadamente pop.
Há muito a dizer sobre este livro, mas comecemos talvez pela parte mais pobre. Como a tal regra geral, e sem qualquer pudor, O Código Da Vinci é um livro pobre. Escasso até. Um romance deprimentemente prevísivel, de enredo amoroso muito pouco inovador, com personagens mal construidas, mal exploradas e com um ritmo, sim senhora muito fluído, cinematográfico como se exige, mas com muito pouca consistência.
Agora, exposto o livro, há que dizer que não, o livro não é mau, bem pelo contrário, é dos maiores exercícios racionais dos últimos tempos. Todos terão algo a dizer sobre toda a teoria, não original, de Dan Brown, sobre Maria Madalena, sobre o Graal, sobre a fundação da Igreja Católica. Um elogio não pode ser retirado a Dan Brown, o de suscitar uma discussão sobre o assunto, o de pôr pessoas a pensar, o de despertar curiosidade sobre temas como pintura, religião ou politica.
Para além disso, a grande questão deste livro, que por vezes passa ao lado de alguns, é de louvar. O grande confronto entre crentes gnósticos e crentes ortodoxos, uma das mais relevantes discussões sobre o rumo da espiritualidade e o papel da Igreja, não deve ser descurado. Ainda assim, de cada vez que vir um expositor, e não serão poucos, atolhados por pilhas de livros com a face de Gioconda, desconfie.
Título: O Código Da Vinci
Autor: Dan Brown
Nota: 6/10

terça-feira, maio 16, 2006

Playlist #3 - Preto

The Beatles - Blackbird

Pearl Jam - Black

Ala dos Namorados - A rua do gato preto

Santana - Black Magic Woman

Antony and the Johnsons - Soft Black Stars

Michael Jackson - Black or White

Frank Zappa - Black Napkins

Massive Attack - Black Milk

Soundgarden - Black Hole Sun

The Legendary Tiger Man - Big Black Boat

segunda-feira, maio 15, 2006

Carícias Nocturnas, de Pedro Peixoto


Na Arte, como na física, interessa não só o vasto, o macrocosmos, o estudo do Universo, como o estudo do pormenor, do átomo. Assim, convém tanto conhecer o Punk-Rock, como ouvir com atenção "Basket Case", dos Greenday; convém tanto ter presente a função do surreal no Teatro de Samuel Beckett, como apreciar a circularidade do final de Endgame; é tão importante a obra de um autor, como apenas um dos seus poemas. Por isso mesmo, interessa também dissecar tudo isso.
"Carícias Nocturnas

Não sei o que o amanhã me reserva;
Mesmo se alguma réstia existe amanhã.
Na hora da minha desconfiança,
O desconsolo é absoluto...
Não quero saber o que o amanhã me guarda.
Sobre o silêncio do coração
Está a sempre inquieta mente...
Penso com sensações que se tornam palavras
Para, no fim do caminho,
Serem carícias...

Um embalo musical para os meus ouvidos –
Ou serão estes orifícios laterais olhos do som? –
Um estalido distante, uma faísca num instante,
Um interstício entre o som e a cor da luz,
Conforto maior para as longas horas de angústia...

Apenas algo menor e banal
Cumpre o desvio da mente concentrada,
Apenas algo subtil e táctil
Adia a redenção do ser no limite da consciência." Pedro Peixoto.

Pedro Peixoto é um poeta eminentemente racional. Em muitas passagens denota aquele pessimismo urbano, próprio de alguém a quem a consciência não deixa não pensar. Cada poema é um mundo, uma paisagem, uma demonstração de influências e culturas. "I know not what tomorrow will bring", diz Fernando Pessoa, no último poema a si atribuído. Eis como pretende Peixoto partir de Pessoa para chegar a Pessoa, ou a Álvaro de Campos. A um mundo distante, mas muito quotidiano, muito pessoano, onde reina o ambiente negro da certeza da desconfiança, do "desconsolo absoluto".
Note-se como se parte de uma atitude de dúvida ("Eu não sei o que o amanhã me reserva"), para a triste conclusão que a certeza encerra ("Não quero saber o que o amanhã me reserva"). É esta a essência deste poema. O poeta sabe que, por alguma réstia de esperança que amanhã ainda exista, o amanhã não lhe guarda nada de bom ou auspicioso. O resto é o que o urbano tem de maior. A capacidade de distrair. Tudo o que vem de noite, "nas longas noites de angústia", é menor, banal, táctil, instantes de cor e som. Mais a música, pedaço outro de tentativa de fuga a uma consciência que o não deixa.
Tudo isto numa tentativa desesperada de sair de uma inevitabilidade que só os sentidos conseguem atenuar. Tudo isto para uma pausa na concentração de uma mente que não pára. Tudo isto para explicar um título, Carícias Nocturnas. Carícias que a noite e os seus objectos e os seus sentidos fazem a quem sofre. Carícias que são nocturnas porque é na noite que surge a dúvida e a certeza do amanhã, porque é de noite que se ouve o silêncio do coração. Carícias nocturnas para adiar a redenção do ser no limite da consciência.

quinta-feira, maio 11, 2006

A Minha Referência #5 - Robert De Niro


Nesta rubrica tenho, exclusivamente, mencionado actores portugueses que tomo como geniais. É neste campo que eu me sinto confortável na crítica. No entanto, tenho outras referências, ou que me levem a prestar atenção a um filme, ou que me induzem a reparar em pormenores de qualidade na construção de personagens, ou que tenham virtudes técnicas de enaltecer num actor. Robert De Niro tem tudo isto. Mas penso que se destaca uma característica que impulsiona tudo o resto. Versatilidade.
Quando me refiro a versatilidade não estou só a dizer que Robert De Niro já fez muitos registos diferentes (o que nem todos os milionários actores podem afirmar), estou a dizer que fê-los inequivocamente bem. A variedade de grandes filmes em diversos registos é sem dúvida o corolário do curriculum deste actor. Há que destacar, no entanto, um registo em que Robert De Niro é um fora de série: o dramático, mais concretamente os jogos psicológicos. A expressão facial, os tempos de pausa, a voz, a atitude, tornam-no terrivelmente forte e, capaz de ser a principal referência de Hollywood para este tipos de filmes. Sendo que foi pela mão do realizador Martin Scorsese que Robert De Niro teve visibilidade para chegar a tal.
Outra característica que o faz ser muito admirado, e que começa a ser obrigatória para uma carreira em Hollywood, é o perfeccionismo, que o conduziu a: engordar 27 quilos e aprender boxe para uma melhor interpretação em "Touro Enraivecido"; afiar os dentes para a sua personagem em "O Cabo do Medo"; e a aprender a tocar saxofone para o filme "New York, New York".
No seu curriculum, Robert De Niro conta com dois Óscares: Melhor Actor Principal e Melhor Actor Secundário, em "Touro Enraivecido" e "O Padrinho: Parte II", respectivamente. E ainda mais quatro nomeações para Melhor Actor Principal nos filmes "O Cabo do Medo", "Taxi Driver", "O Caçador" e "Despertares".

terça-feira, maio 09, 2006

Get Physical Vol. 2 - 4th Anniversary Label Compilation


Parta-se, primeiro, de uma premissa: nunca há editoras que cheguem para saciar uma Alemanha faminta de música electrónica. A quantidade de editoras e sub-editoras com espaço próprio e subsistência garantida, de artistas (alemães e não só) e de clubes e discotecas activos faz com que só haja um caminho para todo este meio: exportar. Será, portanto, virtualmente impossível acompanhar todos os lançamentos por lá feitos, pelo que nos devemos sempre socorrer das compilações (note-se que as próprias editoras se apercebem desta necessidade, pois muitos dos seus lançamentos são exclusivamente editados em vinil e, por vezes, para agravar a inacessibilidade, não têm distribuição internacional) quando queremos diagnosticar o estado da música electrónica germânica.

Vamos por partes: a Get Physical foi criada em 2002 pela iniciativa dos M.A.N.D.Y. (Patrick Bodmer e Philipp Jung), juntamente com o DJ T. (Thomas Koch), os Booka Shade (Walter Merziger e Arno Kammermeier) e Peter Hayo (produtor dos Booka Shade). Confluíram para Berlim e, tendo afinidades musicais entre si, decidiram lançar o selo, chamando-o de Get Physical como que relembrando a tarefa fundamental a cumprir numa pista de dança. Em 2006, a Get Physical é já uma das mais proeminentes editoras da actualidade, em larga medida devido ao trabalho dos artistas fundadores. As colaborações e lançamentos de outras figuras têm progressivamente aumentado mas (e esta compilação é prova disto mesmo) a editora ainda depende do sucesso dos seus progenitores.

Já se viu, muito sucintamente, como nasceu e a importância que detém nos dias de hoje. Mas, ao longo destes quatro anos, e como é de esperar, não se manteve estática. O primeiro ano de vida foi influenciado, numa busca às origens, pelo House seminal de Chicago; o segundo, mais disfarçadamente, pela vaga Electroclash (ouça-se, para este efeito, a compilação do seu 2º aniversário). A partir de 2005 a Get Physical, nunca negando o seu código genético, isto é, incorporando o minimalismo Techno e House alemão, entrou numa fase de diversificação, tomando como objectivo o seu próprio nome. Ora é exactamente isto que revela a compilação do seu 4º aniversário.

Ao contrário de outros gigantes editoriais alemães (Playhouse, Kompakt, Gigolo...), a Get Physical denota claramente a tentação pelo risco e pela incoerência, ao juntar sob o seu catálogo sonoridades nem sempre concordantes. Este álbum de 73 minutos, remisturado e compilado pelos M.A.N.D.Y., não é feito a regra e esquadro, no sentido em que há elementos diversos que escapam ao tal código genético alemão: há disco, funk, groove e dub. Tem faixas tão distintas como a de abertura (“Na Na Na”, de Chelonis R. Jones), áspera e com um riff quase metaleiro, e a décima primeira (“Body Language”, M.A.N.D.Y. e Booka Shade), o maior êxito da editora em 2005, um must clubístico. Num aspecto há uma tentativa de equilíbrio: esta compilação não só resume do melhor que se fez naquela editora nos dois anos anteriores, como lança alguns possíveis hits futuros, de onde se destacam os da autoria do promissor Jona (“Yellowstone” e “Learning From My Mistakes”). Atenção ainda às remisturas feitas pelos The Fairy (que são, na verdade, Tiga e Jesper Dahlbäck), e pelo chileno Luciano, às pistas do nova-iorquino Chelonis R. Jones e de Lopazz, respectivamente.

O que falta, então, a esta compilação? Talvez o que falte à própria editora. O álbum de comemoração flui adequadamente, está muito bem remisturado, tem alguns êxitos reconhecíveis e uma agradável miscelânea estilística mas peca pela ausência de faixas verdadeiramente convincentes ou, mais que isto, arrebatadoras. Nisto a Playhouse e a Kompakt levam vantagem, pois apresentam um vasto catálogo onde pontificam nomes que criam música quase imediatamente reconhecível (casos de Isolée, Villalobos, Lindstrom, DJ Koze, Mayer, Superpitcher e Rex the Dog). À Get Physical apetece dizer, mas de um modo simpático, Get Real!.

Nota: 6/10

quarta-feira, maio 03, 2006

Playlist #2 - Banda sonora

Pegando uma vez mais numa rubrica criada por outrém, neste caso, diga-se que de novo com excelência e oportunidade, exit1, aproveito para aqui deixar a minha primeira playlist temática. O primeiro tema serão, então, as bandas sonoras. Tenham ou não sido feitas propositadamente para os correspondentes filmes. Fica a sugestão. Cada um julgará o que ficou de fora.
Nancy Sinatra - Bang Bang (Kill Bill)
Yann Tiersen - Goodbye Lenin (Goodbye Lenin)
Iggy Pop - Lust for life (Trainspotting)
Ben Charest - Triplettes de Belleville (Bellevile Rendez-vous)
Ennio Morricone - Cinema Paradiso (Cinema Paradiso)
Seu Jorge - Convite para a vida (Cidade de Deus)
Jean Michel Jarre - Metallic Rain (Blade Runner)
Carlos Paredes - Verdes Anos (Verdes Anos)
Beck - Everybody's gotta learn sometime (Eternal Sunshine)
Ryuchi Sakamoto - Forbidden Colours (Merry Christmas Mr. Lawrence)

segunda-feira, maio 01, 2006

A minha referência #4 - António Feio

Desde já o meu pedido de desculpas por este período de “silêncio”, algo que tenciono combater num futuro próximo.
Aproveito para me juntar a uma rubrica do blog, tenciono falar-vos sobre a minha referência ao nível do teatro.

Falo portanto de aquele que considero o melhor actor de teatro cómico de Portugal, de seu nome, António Feio.
Não é de todo um actor desconhecido pelo povo português, quer pelo aparecimento em televisão, quer no grande ecrã. Mas é especialmente a sua presença nos palcos portugueses que mais me impressiona.
António feio tem um currículo invejável, poucos são os que podem afirmar que fazem teatro há mais de 40 anos, poucos podem afirmar que têm lugar cativo numa das principais salas de Lisboa, o teatro Villaret, poucos podem afirmar que são o principal encenador de uma das companhias mais rentáveis de Portugal, a UAU!. É por estas e por outras que este senhor já provou o suficiente.

Começou em 1966 no T.E.C. (Teatro Experimental de Cascais) com “O Mar” de Miguel Torga, passando pelo Teatro Aquarius (Lusitano Clube), Teatro Popular-Companhia Nacional I, Teatro Adóque, Teatro ABC, Casa da Comédia, Fundação Calouste Gulbenkian-Centro de Arte Moderna, Novo Grupo-Teatro Aberto, Companhia Amélia Rey Colaço, Vasso Morgado-Teatro Variedades, Companhia das Luzes (Teatro Nacional D. Maria II), Auditório Carlos Paredes, Teatro Nacional S. João (Porto), Coliseu de Lisboa, Teatro Tivoli, chegando ao já mencionado teatro Villaret, com o seu ultimo registo como actor a peça “ O chato de Francis Verber em 2005.

Tive o prazer de estar presente nos seus últimos três trabalhos: “Vincent” (apenas encenador, interpretação brilhante de Virgílio Castelo), “Jantar de idiotas” e “O Chato”. Nos três foi visível uma capacidade de arrancar gargalhadas até aos mais sérios, pormenores cénicos espantosos e uma panóplia de características que fazem encher salas de teatro, fazem com que seja a minha referência.

Actualmente pode ver-se o espectáculo “Sexta-feira 13” na Toyota box em Alcântara, o musical dos xutos e pontapés encenado por António Feio.